domingo, 25 de outubro de 2020
Meu analista tá me ouvindo? - Coluna Saúde-se
quinta-feira, 13 de agosto de 2020
Meu coroa, o Super Choque e pretitude
Como se sabe, dois eventos importantes, além da catástrofe do novo Coronavírus, se desenrolam na atualidade do Brasil: a luta mais aberta contra o racismo e o dia dos pais. O primeiro acontecimento é mais amplo e significativo do que o segundo[1], mas é de se questionar se eles são mesmo separáveis. No contexto que aqui apresento, esses dois eventos estão interligados pelo fato de se referirem à propagação/manutenção da vida, no sentido biológico e cultural. Acredito nisso porque, na nossa cultura, a palavra "pai" está em grande medida vinculada ao nascimento de alguém, biologicamente, e à manutenção dessa vida, culturalmente falando - o sustento, a pensão etc.[2], assim como a luta antirracista visa à manutenção da vida e, mais especificamente, a barrar nossa necropolítica de cada dia.
Mas o que têm a ver "meu coroa, o Super Choque e pretitude"? Bom... meio que tudo!
Vou falar um pouco da minha experiência com essas duas figuras e tentar articular isso com essa condição de ser preto, a pretitude. A primeira figura da história é o meu pai - Adelmo Melo, um homem preto, eletricista; a segunda é o super-herói da Milestone Media e DC Comics - o Super Choque, um jovem preto chamado Virgil Hawkins que adquiriu superpoderes relacionados à eletricidade de forma bem diferente da do meu pai. Bom, acho que esse é um ponto interessante pra começar a conversa: como cada um deles adquiriu os superpoderes relacionados à eletricidade.
Ainda que meu pai não tenha aprendido a ser eletricista num acidente em sentido estrito, o fato de ele haver desenvolvido essa técnica de ganhar a vida não deixa de ser um acidente em sentido figurado. Acho que é possível pensar assim porque as oportunidades para uma pessoa de pele escura no Brasil são bastante escassas e, vale dizer, nos tempos do meu coroa eram bem piores do que hoje. Posso dizer, com isso, que Virgil e Adelmo se tornaram eletricistas por acidente e são, por isso, um ponto fora da curva, homens pretos que encontraram uma forma de sobrevivência diferente daquelas alternativas elencadas por Mano Brown pra essa galera - crime, futebol, música. Não que exista demérito em se ser jogador de futebol, cantor... acho que o leitor está entendendo o caminho do texto.
Mesmo assim, é preciso reconhecer que aquilo que o Super Choque faz não é bem um trabalho remunerado, como ser eletricista, e que, em grande medida, ele não escapa daquela tríade apresentada por Mano Brown em suas músicas - acaba encontrando uma forma de existência simbólica através da fama, sendo, digamos, um pouco mais enérgico do que a maioria. Mas o leitor poderia me advertir que o trabalho remunerado não deixa de ser uma busca por existência simbólica e não só material. E eu seria obrigado a concordar com essa observação, porque também acredito que um ser movido pelo desejo, como o humano, jamais deixaria de enriquecer e enaltecer com diversos símbolos essa existência material, conferindo ao trabalho (e ao emprego) todo um teor de dignidade expresso, por exemplo, no dito popular "o trabalho dignifica". Isso é visível na própria experiência do meu pai, quando se identifica à profissão ao ponto de dizer que vai "morrer trabalhando", não por necessidade, mas por desejo.
Tornar-se eletricista foi, aliás, o que aproximou o meu velho do desejo, no sentido estrito de sua realização, sendo "desejo" o oposto de "necessidade" justamente por unir duas "fomes" - a fome de comida e a de reconhecimento simbólico, e provocar, com isso, um movimento em direção à "realização", a qual penso como sendo qualquer efeito desse equilíbrio de "fomes" no campo da ação. Ser eletricista proporcionou ao meu pai, além de uma maior remuneração, a liberdade da autonomia, o famoso "trabalhar para mim mesmo" que se opõe à condição, também famosa em Alagoas, de "meia sola", aquele "trabalhador precário, o sujeito que precisa realizar serviços [...] pesados, sazonais e que são remunerados abaixo das necessidades de consumo de sua família" (Charles dos Santos, 2019)[3], aquele "trabalhador de moagem", que trabalha na usina de açúcar e álcool durante seis meses do ano e fica desempregado durante o outro semestre. Lembro quando, em Teotônio Vilela/AL, os números dos assaltos e invasões a residências para furto aumentavam exponencialmente nesse semestre de entressafra, quando muitos "meia sola" recorriam à primeira opção apresentada por Mano Brown - o crime. Meu pai, como a maioria dos homens pretos, passou muito tempo sendo um "meia sola" em diversas cidades do estado e também fora dele e, assim como o Super Choque, precisou ser um tanto mais enérgico do que a maioria para poder se tornar eletricista, coisa que não é assim tão necessária com relação às pessoas brancas, que já contam com todo um histórico de privilégios e facilidades. É evidente que há, no Brasil, muitos brancos pobres e que enfrentam muitas dificuldades de sobrevivência. Mas existe um acréscimo de dificuldade significativo na experiência de um brasileiro preto, que tem de enfrentar os múltiplos efeitos do racismo. E isso é ainda mais verdadeiro na experiência de pretos retintos, aqueles de pele mais escura em relação aos chamados pardos.
Além de ser fruto de pensamento, essa aproximação das duas personagens (o Super Choque e o meu pai) não se deu na minha cabeça de forma forçada pela reflexão. Ela aconteceu na minha experiência mesma. O início da carreira do meu velho como eletricista e as primeiras transmissões de Super Choque às quais tive acesso aconteceram, mais ou menos, ao mesmo tempo. Lembro que, na escola, alguns colegas me irritavam comparando meu pai ao Super Choque, sabendo de sua profissão - aliás, esse era o nome do meu pai na minha escola, Super Choque. Hoje posso concordar com esses pequenos bullies. A semelhança é clara - dois homens pretos e eletricistas. Os dois falam muito sobre representatividade preta, sobre as condições para se obter uma profissão reconhecida, razoavelmente remunerada; remunerada com dinheiro ou com dinheiro e existência simbólica.
Aliás, o "nome de trabalho" que meu pai adquiriu ao longo de 20 anos de "eletricismo" me parece dizer muito sobre o quanto de energia uma pessoa preta necessita invocar e investir para se tornar "alguém", um profissional reconhecido. Mejor ("Melhor", em espanhol), é assim que meu pai se tornou conhecido na sua cidade, Maragogi, entre os gringos a quem prestava e presta serviço. Nesse ponto eu recordo da fala introdutória da música "A vida é desafio", do álbum "1000 Trutas 1000 Tretas", de Racionais MC's (2006), com a qual podemos finalizar o post:
"Tem que acreditar! Desde cedo a mãe da gente fala assim: 'filho, por você ser preto, você tem que ser duas vezes melhor'. Aí 'passado' alguns anos eu pensei: 'como fazer duas vezes melhor, se você tá pelo menos cem vezes atrasado... pela escravidão, pela história, pelo preconceito, pelos 'trauma', pelas 'psicose', por tudo que aconteceu? Duas vezes melhor como? Ou melhora, ou 'cê' é o pior ou é o melhor de uma vez. Sempre foi assim! Se você vai escolher o que tiver mais perto de você, o que tiver dentro da sua realidade... você vai ser duas vezes melhor como? Quem inventou isso aí, quem foi o pilantra que inventou isso aí? Acorda pra vida, rapaz!'"
Samuel Melo é natural de Maceió, preto, psicanalista, formado em psicologia pela Universidade Federal de Alagoas, filho de José Adelmo da Silva de Melo e Maria Helena da Silva.
Feliz agosto, coroa!
Referência e notas
[1] Porque abrange diversos temas, inclusive o da paternidade.
[2] Essa função cultural da paternidade, aliás, se tornou tema de discussão muito recentemente, quando a Natura decidiu colocar Thammy Miranda, um homem trans, como símbolo de sua campanha do dia dos pais. Nem preciso falar o que surgiu em seguida, embora me sinta forçado a criticar até mesmo alguns argumentos favoráveis ao Thammy, porque neles, acredito, a legitimidade da paternidade de um homem trans aparece como dependente de uma "boa atuação paterna" (seja lá o que isso signifique) ou, pior ainda, ela aparece como uma alternativa à "má atuação paterna" dos homens cis. Isso ficou claro pra mim nos argumentos do tipo: "ah, mas muitos homens cis não cumprem sua função de pai!" Penso que um homem trans pode ser pai independente da "qualidade" da paternidade que exerça. Em outras palavras, ele não tem maior ou menor dever de ser um "bom" pai do que um homem cis. Acho que o reconhecimento verdadeiro de um direito deve ser capaz de não reproduzir preconceitos do tipo "já que - pelo menos" ("'já que' é trans, 'pelo menos' seja um 'bom pai'"). Espero que superemos isso um dia!
[3] SANTOS, Charles dos; et al. (2019). Terra, trabalho e lutas sociais na agroindústria canavieira alagoana. Cícero Ferreira de Albuquerque; José Rodolfo Tenório Lima; Lúcio Vasconcelos de Verçoza (Orgs.). Maceió: Edufal.
quinta-feira, 18 de junho de 2020
Ouvir a fala, agir sobre o discurso - Coluna Saúde-se
Quando se fala em racismo estrutural, por exemplo, é à estrutura racista e escravocrata da República brasileira que se referem os denunciantes. Ou seja, o que está em jogo aí não é a intenção individual de cada cidadão, de cada policial militar, mas o comportamento já quase automático que um dia foi assumidamente racista e, com o tempo, à medida que houve uma aparente reflexão a respeito da escravidão e da segregação racial, passou a ser desautorizado de algum modo. Parece, no entanto, que no Brasil essa "consciência negra" surgiu apenas como uma resposta à pressão internacional pelo fim da escravidão, assim como, até 2016, o país mostrava certa "preocupação" com as questões ambientais, o que, na prática, não passa, até hoje, de uma resposta às exigências europeias dos famosos "celos de sustentabilidade", os ISO's "da vida", impostos por muitos países como condição a qualquer negociação industrial. Em suma, houve e há no nosso país, quanto ao racismo e quanto à sustentabilidade, uma demagogia marcada pela modificação das palavras sem uma mudança real na estrutura escravocrata, racista e ambientalmente insustentável. Podemos, então, dizer que, no que se refere à escravidão e à sustentabilidade ambiental, o Brasil é um carro popular com fantasia esportiva - uma lataria esquisita que guarda um motor incapaz de transpor o menor dos alagamentos.
Adentrar na seara da psicanálise e, mais especificamente, na seara da psicanálise lacaniana requer alguns reposicionamentos quanto ao discurso. Isso porque me parece que a ideia de discurso em Foucault, apesar de ser fonte importante para a psicanálise para se pensar política e sociedade, limita-se ao campo jurídico e trata das relações de poder implicadas na existência de um "sujeito do direito", ou seja, o que se convencionou chamar, com razão, de "indivíduo" - o portador de um CPF, de um RG, de uma CNH.
Nos deteremos no "discurso do analista". O leitor lembra de quando falamos, lá no primeiro parágrafo, que o discurso é essa "condição" para a fala? Ou seja, ele é o que antecede a fala, impondo-lhe as suas condições para surgir. É por isso que ninguém pode falar o que quiser sem ter de responder por isso e sem ter uma ética, uma moral, que sustente sua fala. Bom, o discurso do analista é uma variante bastante distinta de discurso - ele também impõe condições, mas condições que, por exemplo, impulsionam o sujeito muito mais a falar do que a calar-se, muito mais a "faltar" do que a "completar-se", visto que está, justamente, na falta a potência - se não sei, buscarei saber e descobrirei; se não tenho, buscarei e passarei a ter (seja lá o que for).
Antonio Quinet (2009)[3] observa como cada sessão de análise deve obedecer a uma política da falta e, nessa condição, como o analista constrói toda uma tática no momento da sessão, visando à garantia de que ele próprio ocupe e não deixe de ocupar o lugar de analista e que o analisante se mantenha na direção da análise, não desviando-se para outros caminhos analiticamente improdutivos. Em outras palavras, há certo esforço para que, na análise, se estabeleça uma relação "analista-analisante" e não qualquer relação de poder ou jogo de forças. É por isso que o Quinet pontua como o analista deve esquivar-se do "poder" que a própria transferência lhe confere. Noutras palavras, o discurso do analista visa à localização do poder no seu devido lugar - no significante (S2), na fala do analisante, esse "sujeito-suposto-saber".
Foucault e Lacan parecem, nalguma medida, tratar de um mesmo problema - o discurso, essa estrutura que antecede e condiciona a fala e o comportamento. Me parece, no entanto, que a diferença fundamental das suas obras concerne ao seu foco - o campo jurídico, no caso de Foucault; o campo clínico, no caso de Lacan. E, além disso, parece que, pela própria natureza de sua investigação, Lacan foi mais adiante do que Foucault no estudo do discurso, transpondo o âmbito do "sujeito do direito" para o do "sujeito de direito", esse sujeito que é atravessado não somente pelas forças e poderes jurídico-políticos, mas que sofre a influência irresistível da linguagem e do inconsciente (que é estruturado como uma linguagem).
Aplicação e implicação disso nas sessões
Samuel Melo é natural de Maceió, preto, psicanalista, formado em psicologia pela Universidade Federal de Alagoas.
Este artigo contou com a colaboração técnica do meu amigo André Guedes (Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano em Maceió), embora o que aqui se diz não reflita necessariamente o seu ponto de vista.
Currículo: http://lattes.cnpq.br/3326945607744321
[2] LACAN, Jacques. (1991/1992). O seminário, Livro 17: o avesso da psicanálise. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar Ed.
[3] QUINET, Antonio. (2009). A estranheza da psicanálise. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar Ed.
[5] Evidente que não podemos naturalizar os exageros igualmente conhecidos no que toca aos trotes. Tudo tem limite!
quarta-feira, 10 de junho de 2020
Saliva, fala, Coronavírus e inconsciente - Coluna Saúde-se
Nas sessões de psicanálise há sempre coleta de saliva, se o leitor me permite introduzir um trocadilho. E é curioso como essa coleta, no âmbito médico, é feita com o paciente em silêncio. Isso também pode acontecer na análise!
sexta-feira, 15 de maio de 2020
O psicanalista e o "emoji" do coração - Coluna Saúde-se
Só que nem sempre é esse o ânimo do sujeito que se coloca em análise. A causa? O mesmo "coraçãozinho"; ou, mais precisamente, o S2. A letra "esse" colada ao número "dois" causa a ligeira impressão do desenho de um coração. Principalmente há alguns anos atrás, esse era um símbolo bastante utilizado nos "SMS", nos "posts" do "Orkut" e até mesmo do "Facebook". Com o tempo, ele foi substituído por formas prontas, os famosos "emojis". Coincidentemente, S2 é o sinal utilizado por Jacques Lacan para designar, trocando em miúdos, o "desfile da palavra", como diria Joël Dor, ou seja, o que seria a emergência da fala numa sessão de análise, quando a/o analisante se permite falar, surpreendendo-se frequentemente com o que fala.
Diferentemente do "emoji" ou do sinal de coração, para a psicanálise o S2 significa uma necessidade de garantir que o analisante fale, com o mínimo de controle e de pudor. Assim, é dever do analista se colocar como S2, ou seja, como garantidor da fala, interrompida somente se estritamente necessário. Como se sabe, nem sempre aquilo que o/a analisante fala e a/o analista lhe devolve, geralmente na forma de uma questão, lhe agrada. É aqui onde S2 não é "coraçãozinho", nem dito, nem gesticulado, tampouco escrito. S2, na psicanálise, é falar (enquanto analisante) e dar condições para a fala (enquanto analista); esse "falar" deve sempre partir de uma posição de questionamento, jogando uma palavra, uma frase como propulsora da próxima. Esse é o papel da/o analista na maioria do tempo de sessão. É aqui onde ganham espaço as maiores ambivalências - ao passo que o/a analisante experimenta um certo bem-estar, por poder falar "o que vier à cabeça", ele, frequentemente, ouve (ou vê) do analista um questionamento que põe em dúvida toda aquela certeza que a sua fala carrega, muitas vezes fruto de muita reflexão fora do consultório. "Poxa! Mas eu tinha certeza que o meu problema era devido a isso, e esse cara vem agora colocar em dúvida essa minha certeza?!"
É aí que S2 não significa "amorzinho", "legalzinho" e sim "estraga prazeres" ou algo como :/ ou :|.
sábado, 9 de maio de 2020
O homem que se chama "picolé" - Coluna Polis & Cia
quarta-feira, 29 de abril de 2020
E se os fabricantes caseiros de máscaras e sabão salvarem o país da crise? Coluna "E se..."
Que essas pessoas são talentosas todos sabemos. Mas e se os governos (municipais, estaduais, distrital e federal), articulados, investissem nesses empreendedores?
Bom, se isso acontecesse, acredito que teríamos, nós, os brasileiros, um ganho, pelo menos, triplo: 1) aumento da distribuição de máscaras para a população, já que a tia (ou tio) do "ap" e "da casa ao lado" teria máscaras à venda, dispensando a necessidade de o vizinho pegar ônibus pra ir comprar o Equipamento de Proteção Individual que, na verdade, acaba trazendo um benefício coletivo à medida que diminui a transmissibilidade do vírus; 2) aumento da renda desses empreendedores, gerando circulação desse dinheiro no país e; 3) diminuição da necessidade de compra de máscaras do exterior, o que custa mais caro e é mais demorado.
Outra ideia talvez seja exequível no contexto dessa pandemia: e se os mesmos governos investissem na produção e distribuição caseira de sabão nas comunidades mais pobres? Ora, aqui também surgem outra/os empreendedora/os: as pessoas que, a partir do "óleo de cozinha" residual, aquele que já foi utilizado em frituras, produzem sabão, importante agente de desinfecção do Coronavírus. Os governos uniriam esforços para entregar luvas, máscaras (estas, inclusive, talvez compradas das "tias" e "tios" costureira/os de quem já falei), "soda cáustica" e óleo de cozinha (coletado das residências, talvez até comprados dessas residências). Os benefícios disso? Bem, podemos "dar um Ctrl + C, Ctrl + V" do que dissemos acima sobre as máscaras.
Lembro-me de quando, em 2012, ainda no ensino médio, alguns colegas, professores [2] e eu pensamos e construímos um projeto de coleta de óleos residuais para produção de sabão na cidade de Teotônio Vilela, na Zona da Mata alagoana. Era o projeto "Acrol", uma cooperativa cujas criação e funcionamento se mostraram possíveis, embora, da minha parte, pelo advento das demandas acadêmicas da universidade e mudança para a capital, acabou não saindo do papel.
É evidente que as ideias tratadas acima não "salvariam" o país das atuais crises, mas, na minha percepção, sanariam uma parte importante dos atuais problemas que nós, e sobretudo os mais pobres, enfrentamos. Trata-se, portanto, mais de ideias a serem consideradas, estudadas e, por fim, adotadas ou não.
Pense: e se cada um dos cerca de 200 milhões de brasileiros tiver duas ideias a oferecer ao governo para combater a Covid-19 de forma integrada e econômica, quantas ideias teremos à mesa? Quantos empregos e atividades rentáveis vamos gerar/incentivar? Faça as contas!
- Samuel Melo é natural de Maceió, preto, psicanalista, formado em psicologia pela Universidade Federal de Alagoas.
Currículo: http://lattes.cnpq.br/3326945607744321
Referência e nota
[1] http://covid19br.org/relatorios/nota-tecnica-04-uso-de-mascaras-de-tecido-em-locais-publicos-frente-a-covid-19/
[2] Alguns professores da Escola Estadual de Educação Básica e Profissional José Aprígio Brandão Vilela, onde me formei técnico em biocombustíveis, em 2012.